Natureza nos liberta!

Estou aqui em nossa casinha nas montanhas… estamos terminando uma linda casa que fizemos aqui, em São Chico  para um casal de clientes bacanérrimos e hoje, enquanto  o Serginho foi para lá acompanhar a instalação dos armários embutidos e lareira  aproveitei para tirar o dia para silenciar… contemplar a natureza, rezar, meditar, escrever.

Que maravilha!!!! à quanto tempo não fazia isto….

Incrivel é acordar aqui. O silencio é absoluto… difícil de sair da cama quentinha e silenciosa mas sempre vale a pena, abrir a janela e olhar as montanhas magestosas me abraçando… sair com meus pes descalços e pijamas até a varanda e ficar ali quietinha, observando os passarinhos!

Hoje foi incrível a quantidade deles todos voando e dando rasantes numa felicidade infantil… pura!

Adoro esta falta de pressa que o lugar impõe.Passei a manhã toda na varanda e ainda estou por aqui… acaba de passar um bando de piriquitinhos verdes, muito verdes mesmo!

Observar a natureza deste lugar é um prato cheio… hoje tivemos menu variado, começando por um ensaio de solzinho depois nuvens baixas branquinhas nos envolvendo… se revezando com chuvinha fina, depois torrencial mas muito rápida e agora temos uma paz…. acolhedora no frescor da tarde sem chuva, nuvens brancas baixas lá no vale e nas montanhas mais proximas à direita.  No horizonte,  lindos raios de luz dão foco em pedaços de  céu azul  e em alguns cumes que se atrevem a aparecer!

Percebo que quando me conectei  com a realidade da morte da minha mãe, minha raiz, aquela que me deu a vida, que emprestou seu corpo para que a minha semente germinase e se torna-se uma pessoinha… muita coisa boa está sendo materializada, transformada em real. Uma destas descobertas é que a morte é real e não temos todo o tempo do mundo para perder. Para nos perder em ilusões que não nos deixam viver corretamente e nos levam a nada.

A vida passa muito rápido mesmo, então temos que olhar para nós mesmos e fazermos a ação! Não aquela ação mecânica que o mundo em que vivemos impõe. Aquele correr desenfreado para trabalhar, ganhar dinheiro, pagar conta e gastar o tempo que quase  não nos sobra com pura bobagem!

Fazer a ação de realmente olhar para si mesmo e se questionar nos leva a algo maior que nos dá trabalho, mas nos liberta!

Para que possamos criar este hábito precisamos do silencio, do ócio criativo , das paradas… senão a vida nos arrasta como um tsunami sem sentido.

Podemos começar olhando… observando, estando  presente em nossa vida e deixando  de lado o julgamento da vida dos outros.

Quanto tempo  estaremos ganhando com esta nova atitude! Apenas olhar para nós mesmos…

Muitos beijos, com amor

Neza

Tributo à minha Mãe!

No dia 24 de fevereiro de 2011, perdi minha mãe!!!!

Achei que estava preparada, pois ela estava bem velhinha, 93 anos e no hospital, por cem dias! Engano… fiquei literalmente abalada! Destruída…  aos  pedaços!

Acredito que poderia escrever um livro sobre ela, quem sabe um dia, eu o farei…

Desde novembro ela foi para o hospital e de lá nunca saiu, não saberia explicar quais eram suas condições reais, como meu querido irmão Batista,  saberia, pois foi ele e sua mulher Eleana, que ficaram em tempo mais que integral com ela.

Como disse minha mama para mim, ele era sem dúvida, o campeão dos filhos, o que eu concordo plenamente… e para mim, a Eleana, a vice- campeã!

Sim… por que depois de tudo que vi e senti, não a enxergo como cunhada mas como uma querida irmã da vida!

A verdade é que sempre amei muito minha mãe e sei que fui imensamente amada por ela,  mas como caçula e raspa do tacho… sempre fui desgarrada, liberta!

Mas tive a sorte de aproveitar alguns de seus últimos dias de forma intensamente amorosa  e com muita sabedoria. Acredito que nós duas conseguimos perceber o quanto nos amávamos e aceitar todas as nossas diferenças… nestes dias de silenciosos encontros no hospital.

Como caçula, liberta… me senti á vontade de lhe dar quantos sorvetes ela sonhasse, apesar da diabete,  levar flores escondidas embaixo de casacos em pleno alto verão, embora fosse proibido no hospital… era como se fossemos cúmplices de nossa peraltice nestas horas!

Rezei para ela meus mantras do Budismo e ela amou, apesar de ser uma católica fervorosa… nos abraçamos e nos beijamos em alguns momentos e simplesmente nos olhamos em outros. Jamais esquecerei seus olhinhos brilhando… carentes dos meus, naqueles momentos singulares.

Deitei junto dela em sua cama de hospital e adormecemos juntas embaladas por nosso amor…

Jamais esquecerei nossas ultimas conversas, nossos acertos… seus lindos devaneios!

Mas o mais importante disso tudo é que ela se foi me deixando uma  nova descoberta familiar, através do meu irmão e de sua família linda…

… de que família junta pode ser leve e fluida, mesmo uma grande família, mesmo  com suas diferenças ideológicas ou de costumes. Esta descoberta me dá grande alegria de continuar, a lutar e  a viver com alegria! Principalmente… a valorizar a família, mais que nunca.

Ela se foi e senti a maior dor que já senti nesta vida… fiquei sem chão, sem raízes em alguns momentos de extrema dor…

Agora, eu a sinto muito mais nas coisas que me ensinou… nas pequenas coisas e nas grandes.

Eu a sinto em quase tudo… em pequenas coisas que nem sabia que vinham dela em mim…

Foi dela que recebi o dom de arrumar a casa com lindos arranjos de flores, uma mesa de jantar perfeita mas com criatividade e improviso… foi dela que aprendi a ser forte, correta, corajosa! Foi dela que veio minha busca pela espiritualidade e finalmente perceber que  a felicidade está na simplicidade.

Nas grandes coisas…  aprendi olhando sua ação, a maneira com que ela viveu dias difíceis sempre escolhendo a alegria, nunca foi amarga por sua velhice ou pelas profundas perdas que teve.

Chorou, sofreu mas nunca foi vítima, podia ter sido mas não,  sempre escolheu  o caminho da alegria, da coragem, da força!

De aceitar sua vida como sendo uma maravilha… fazendo de uma bobagem qualquer um grande evento !!!!

Nem eu mesma sabia disto, mas agora sei que tudo começou com ela… com esta linda Mãe que tive a sorte de ter!

Com amor, Neza

Ano do Coelho de Metal

O ano do coelho ou… lebre de metal, segundo o calendário lunar, tradicional do Budismo Tibetano, o Losar foi ontem…

Será um ano de muitas oportunidades, serão tantas que precisamos estar alertas para escolher as que realmente importam. Cuidado pois a lebre é malandra…  cuidado para não cair nas suas próprias armadilhas!!

Melhor mesmo é ziper na boca em todos os momentos instáveis, só abrir a boca para falar com sabedoria , cuidado para não cair nas armadilhas… Silencio será muito bem vindo!

Cuidado com os excessos, principalmente de trabalho.

Um ano sem conteúdo, preste bem atenção no conteúdo que vai colocar, então!

Um ano para cuidar da saúde, começando pela alimentação correta! Menos aquela industrializada ou seus excessos. Cuidado, pois é um ano que poderemos adquirir peso muito facilmente e o excesso de peso pode desequilibrar a saúde, sendo um ano que está propício para derrames e enfartes, portanto, muito cuidado com a alimentação e hábitos sedentários.

Hora de perder barriga, abdômen… é bom fazer exercício, andar, nadar, yoga, pilates… e ficarmos saudáveis e elegantes!!!! Melhor lindos que enfartados ou derramados… isto é sério!

Mas pelo que entendi, fora isto, será um ano bom. Bom para os negócios, inclusive no exterior, muitas oportunidades em todos os sentidos, inclusive para o amor.

Melhor que o ano passado, Ano do Tigre, com certeza, será.

Será um ano para descansar e se preparar para o ano que vem, o ano do Dragão !!

Vai sair fogo para todos os lados…então, aproveitar este ano mais suave para resolver as questões  mal resolvidas  por que se deixarmos  para o ano do Dragão será muito pior.

Muitos beijos, com amor

Neza

Chove chuva…

São Francisco Xavier, 6 de janeiro de 2011

Sabe de uma coisa??  estou bem feliz com esta chuva sem parar e tambem é  lógico que adorei quando ela deu  suas tréguas … o sol apareceu, aqueceu e… de novo,  a chuva veio e refrescou!

Gosto de começar o ano assim, parece que de certa forma ela, a chuva,  conspira a meu favor, me fazendo respeitar meu corpo e descansar!!!

Gosto da maneira que me sinto com ela me chamando para o tal dolce far niente! a arte de não fazer nada e simplesmente prestar atenção no meu corpo e não na minha mente. Parar… de fazer e simplesmente ser!

Sentir o prazer da natureza exuberante só na contemplação, no ouvi-la… que delícia, este silencio que nos faz perceber as inumeras espécies que lá habitam , ouvir as aguas das corredeiras, suavemente!

Neste silenciar interno que nos faz  ouvir a nós mesmos! Que paz acolhedora… o ócio criativo, quase infantil!

Adoro isto!

Me lembro dos tantos anos novos de minha vida que perseguia a alegria, a obrigação de ser feliz naquele dia, naquelas férias de novo ano… de estar no meio de montes de amigos, do sol, da areia quente, do burburinho, da corrida desesperada em se divertir!! Do vestido branco mais lindo possível, de estar dourada para compor com ele…e um corpo perfeito para fechar tudo!

Isto tudo se perdia no meio da algazarra… assim como o melhor champagne depois da terceira flute!

Que desperdício de energia… tantos anos e tanta pressão… para nenhuma clareza mental ou paz interior, que para mim, percebo hoje claramente, é a verdadeira riqueza, a alegria suprema.

Adoro meu agora, escrevendo … olhando através da janela , olhando para montanhas de beleza extraordinárias! Adoro os tons de verdes, cinzas , azuis azincentados,  rosas , lilázes… ouvindo mantras e o estalar do fogo que aquece o friozinho delicioso no topo da montanha em pleno verão!

Adoro ter energia de amor para dividir este estado com meus leitores, isto me faz sentir viva , me dá sentido de vida!

Percebo que este ano será um ano de ação, percebo claramente isto no ar e em mim. Vou fazer o máximo que conseguir para dar mais significado em minha existencia, começando pelo mínimo… não me importo, mas começando!

Olhar para a  comunidade carente, que está  mais próxima de nós e pensar…  em que eu posso contribuir??

Naquilo que posso dividir e então,  fazer a ação!  Mesmo que seja pequenina, já estaremos criando condições para criar as causas positivas.

Já comecei por aqui bem humildemente e isto me deu profundo bem estar, estou amando!

Parar nas pequenas casas de caipiras e ouvir. Tomar café junto deles e ouvir… o que eles precisam, aquilo que sonham !

Aquilo que sabem fazer ou adorariam fazer. Usar minha criatividade para algo novo, para ajudar ao meu semelhante menos amparado em conhecimento, cultura e dinheiro.

Não quero começar mais um ano padrão de bom comportamento. Quero ação em fazer para os outros o que nem faço por mim mesma!

Um ano que faça realmente a diferença para o meu próximo, não importa quantas pessoas, importa a qualidade da ação, assim ela fala e se propaga por si mesma.

A chuva é boa, e não atrai só desgraças como nos mostram os noticiarios … ano … após ano!!! Somos nós, nossas ações que causam tudo!

Porisso , um bom começo de ano,  já pode,  ser estar presente em nossas vidas e prestando atenção em nossas próprias ações.

Com amor, Neza