Voltando para o Brasil

Saí de Whitefield sozinha, mas não solitária, estava com o coração cheio de amor divino, com vontade de encontrar a todos e poder passar para aqueles que estivessem abertos todo este amor especial que tive a graça de receber.
Minha maior preocupação era de como guardar esta energia e faze-la crescer, dentro de meu coração para continuar naquele estado de graça que me encontrava.
Bom, parece que minha intuição estava afiada mesmo por que confesso que esta preocupação foi e é até agora a parte mais dificil.
Sai Baba me acordou e me fez sentir na pele literalmente que a paz e a bem aventurança existem e é maravilhoso viver assim. Nada se compara a ter um coração pacífico, a não sentir raiva, a compreender o próximo, a viver em harmonia.
Mas lá ao lado Dele foi muito fácil sentir tudo isso para mim… mas e agora???
Dificil mas não impossivel, desde então tenho buscado a manutenção do que aprendi e senti.
Voltei para a India três meses depois e fiquei mais um bom tempo lá, só que em outro asharam de Sai Baba, o de Puttaparthy, que é maior e com uma rotina um pouco diferente mas de igual paz e grande aprendizado.
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A energia do amor é a maior e mais poderosa de todas as energias

Resolvi contar uma coisa MARAVILHOSA que me aconteceu, dentro de muitas outras que vivi em meu retiro com Sai Baba.
Infelizmente meu tempo estava se esgotando… em dois dias partiria para uma longa jornada até o Brasil.
Consegui um passe especial pois estava indo embora no dia seguinte, peguei um lugar muito bom embora não era aonde Swami costumava passar; pelo menos não passou por todo o mês que estive lá…. e tambem não tinha o tal tapete azul que marcava por onde Sai Baba passava.
Ele sempre fazia o mesmo caminho, todo dia a mesma coisa, então eu sabia que não conseguiria entregar minhas cartas em suas mãos, mas mesmo assim, estava feliz pois poderia vê-lo muito perto.
Quando Ele começou a sua caminhada e passou pelo corredor central perto de onde eu estava (num corredor transversal) minha emoção ficou imensa e lágrimas de felicidade escorriam!!!!
Meu coração se encheu de amor divino… a energia que Sai Baba emana, é tanta, que parece que Ele mexe com nosso mais íntimo sentimento.
Ele passou e se foi…. pelo grande corredor central e eu sabia que dali Ele iria para a ala dos homens (do lado oposto ) e que de lá, já não podendo encherga-lo, Ele iria embora.
Então, fechei meus olhos e senti sua energia divina!!!! Falei com Ele mentalmente pedindo pelas minhas íntimas coisas e pelas pessoas que haviam me dado suas cartas no Brasil para que eu entregasse a Sai Baba, lógico, se tivesse esta oportunidade que é rara.
Estava ali, absorta por sua energia de amor quando de repente, abri meus olhos e Sai Baba estava ALI!!!! voltando pelo corredor central, caminho que Ele jamais tinha feito desde minha chegada. Entrou pelo meu corredor e parou na minha frente!!!!!!!
Lá estava Ele, sorrindo!!! Olhando fixamente para mim, em meus olhos. Fiquei paralizada, não conseguia me mover, nem sequer mover meus braços. Só chorava de felicidade, uma alegria jamais, digo jamais, experimentada em minha vida. Um calor enorme tomou conta de meu corpo, um calor como fogo. Tal é a energia de Swami e não consegui entregar as cartas, fiquei com elas no meio de minhas mãos em posição de prece olhando para seus olhos amorosos, paralizada… e Ele se foi…
As cartas foram abençoadas com certeza.
Fiquei ali parada, Ele se foi e eu fechei meus olhos e entrei em meditação imediatamente; nem sequer pensei em mantra ou qualquer outra regra. Fui embora… minha mente ficou vazia, só luz!!! Fiquei lá muito tempo, mais de horas, sei lá… com aquela energia maravilhosa. Estava no céu, literalmente, que presente!!!! Já poderia voltar e sabia que havia cumprido uma missão ali e jamais, JAMAIS, seria a mesma. Sabia que era uma nova Neza e sabia que não estava só. Tinha um pai divino em Sai Baba.
À noitinha, a mãe do dono do Hotel que eu estava, fez um jantar de despedida para mim, delicioso…. convidei a Francine e fomos servidas com muito amor e educação em meu quarto.
Um jantar indiano!!!!!!

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Whitefield

Whitefield,16 de janeiro de 2001.

“Meu aprendizado está sendo tão grande que mal posso me expressar, só agradecer à Baba e à India.”
Neza.

“Depois de servir café da manhã para uma montanha de pessoas, corri para a fila de espera para o Darsham, e peguei um lugar péssimo, lá atrás, última fila, fiquei lá fora e aceitei. Estou aprendendo a aceitar, a desapegar, a não querer controlar tudo do meu jeito. Fiquei ali esperando a minha vez sem nenhuma ansiedade, quieta!! meditei, li meu livro, e quando minha fila foi escolhida, aceitei. Nem podia ver Baba… de repente, vi que as pessoas começaram a se virar e um burburinho começou… quando abri meus olhos, lá estava Swami, na minha frente (eu era a primeira da fila de fora) Olhou para mim, fortemente, e eu senti seu olhar, seu amor incomensurável e mexeu com as mãos. (dizem que quando ele mexe com as mãos, ele está trabalhando nossos karmas) que alegria!!! Como é bom confiar! ”
Neza cesar.
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A Renúncia da Ação

Hoje estava assistindo a novela Caminho das Indias e achei muito legal o diálogo do Lima Duarte com o filho de criação. Ele falava sobre a ação e está no Bagavaghita, a escritura sagrada dos Vedas. Mesmo que numa situação importante de vida você prefira não fazer nada, se abster de qualquer ação, ainda assim, é uma ação; às vezes não fazer nada pode ser uma ação negativa.
“O Sadhana (disciplina espiritual) é essencial porque os efeitos do agir (karma) tem de ser removidos, mas somente pelo propio agir (karma), tanto quanto um espinho só é removido por outro espinho. Você não pode retirar um espinho usando uma faca, um martelo ou uma espada.
O mais delicioso prato se tornará intragável se uma simples gota de querosene nele cair. Um agir (karma) mau prejudica o Sadhana.”

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É melhor ser alegre que ser triste…

Quando estava trabalhando de seva no asharam, servindo o café da manhã, aprendi muitas lições, mas primeiro vocês precisam conhecer um pouco de mim, antes de Baba, para compreender melhor o que quero dizer com isto. Antigamente, ou seja, antes de Sai Baba… India… quando viajava pelo mundo, costumava tomar meu café da manhã no quarto, mesmo em ótimos hoteis como o Plaza Atenèe ou o George V em Paris, não suportava falar com ninguém, nem olhar para estranhos logo que acordava. Pela manhã eu era, na maioria das vezes, mal humorada… pobre de mim!!!!
Bom, voltando a nossa doce India, lá no asharam Brindavan, eu chegava na cozinha por volta das 4.30am e ajudava a arrumar o café da manhã. Por volta das 5.30am as pessoas começavam a chegar, então eu e mais tres ou quatro pessoas servíamos a mais de mil mulheres, sem parar. A Josephine, uma francesa que era a chefa desta area me colocou para servir um mimgau quente com uma concha que tenho que confessar, não era nada fácil, torcia para um dia ela me passar para sevir salada de frutas!!! Mas eu amei !!!! Servi com dignidade e alegria. Aprendi o que é ação abnegada, o que é amor ao próximo, amor universal e principalmente a paciência. Percebi que quando eu coloquei o avental e fiquei atrás do balcão servindo, muita gente era amorosa comigo, mas muitas outras me tratavam mal e nem olhavam para mim, como se eu fosse apenas uma serviçal qualquer. Ficava com pena destas pessoas, mas entendia que todos estavam lá em busca de si mesmo, que num lugar destes afloram todas as nossas negatividades para serem trabalhadas, então para mim, era um grande teste de paciência e de amor incondicional. Quando terminava de servir a todos, aí é que eu tomava o meu café e corria para o darsham.
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Aprendizado.

Hoje resolvi transcrever exatamente o que escrevi no meu diário de viagem:

Whitefield,India.

9 pm e já estou na cama para dormir.
Hoje o dia foi diferente, ótimo mas no final, depois do darsham encontrei uma mulher brasileira que nunca tinha visto. Ela falou coisas ruins de Swami, saí dali esquisita e pensava… deixa para lá isto é ridículo, mas no fundo da minha alma aquilo me incomodava. Por que? Que absurdo. Vim para o quarto, fiquei quieta, tomei um banho e encontrei minhas queridas Claudia, Rose e Francine. Tivemos um encontro no jantar,otimo e falamos sobre o incidente. Rimos e apareceu um cachorro vira lata que que dava a patinha para todas nós… saí de lá leve e contente.
Agora vem a resposta, de como Sai Baba prova sua onipresença: Abri a Sadhana pensando no dia de hoje e veio a pag. 84 que fala sobre o incidente que me deixara triste. Vou transcrever uma parte:
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SADHANA: O Caminho Interior

Resolvi que iria trabalhar de seva (devotos que dão serviço por amor a Swami, no asharam) na cozinha. Fui lá na e me ofereci para servir o café da manhã e lavar os pratos, ou o que fosse no almoço. Queria aproveitar o máximo a minha estada no asharam, com muita meditação, trabalho de seva, leitura, contemplação. Queria estar só, falar pouco, ficar em silencio para aproveitar aquela energia divina de Sai Baba que estava me sendo oferecida como um presente.
E foi exatamente o que fiz.

Tinham as brasileiras, devotas de Sai Baba, com quem me afeiçoei mais e gostava bastante, especialmente a Francine, a Claudia e uma senhora mais velha, mas com energia de teenager, do Rio de Janeiro chamada Rose. E lógico a minha amada Ilma. Conheci lá outra pessoa com quem fiquei amiga, a Leila, um doce de pessoa. Me encontrava com elas para um papo, as vezes para um jantar, mas o que eu gostava mesmo era de ficar só.
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Transformando tudo em poesia

Ufa! Chegamos em Whitefield, finalmente, mas isto não quer dizer que agora posso descansar. Nada disto, chegamos lá, nós e todas as outras 5000 pessoas que vieram, como nós, em busca da presença de Sai Baba. Começamos a procurar hotel, ou uma casa, ou pousada para ficar pois não teria lugar no ashram, sendo este bem menor que o de Puttaparthi. Todos se acomodaram e só faltava um lugar para mim. Resolvi mesmo que gostaria de ficar sózinha, por isso achei melhor ficar por último. Encontrei um pequeno hotel que acabara de ser construido. Meu quarto ficava na entrada, literalmente na varanda de entrada, a porta dele ficava em frente ao altar. Era um quarto simples, limpo e singelo, com banheiro e chuveiro repleto de água quente, o que é raro.

Quando fechei a porta, coloquei as malas no chão, tomei um belo banho e me deitei para dormir percebi que minha janela estava em frente a rua. Nesta rua, do outro lado, passava o trem, que insistia naquele apito a cada momento, fiquei muito brava… olhei para aquele quarto minúsculo e pensei, “Eu decididamente estou ficando louca!!!! O que é que eu estou fazendo aqui????” e tive uma catarse de tanto chorar.
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Chegada a Prashanti Nilayan

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Chegamos a Puttaparthi e fomos direto para o escritório da agência de turismo que me atendia na India. Aliás, fui super bem atendida em todas as viagens que fiz. Uma boa dica, uma agência chamada Travel Point, o nome do dono é Syed Muzammil, e o escritório principal fica em Bangalore, mas eles tambem tem uma filial em Puttaparthi.

Era tanta novidade, tanta fartura visual e sensorial que eu me sentia flutuando…. absorta em minhas emoções, quando fui acordada de meus devaneios com a notícia que Saibaba estava deixando Puttaparthi naquele momento, direto para seu outro ashram chamado Brindavan em Whitefield, que fica à 10 minutos de ….pasmem!!!!!Bangalore.
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Viagem de encontro ao meu amado mestre

Passei dois dias em Bangalore e havia chegado o dia da minha partida para o vilarejo aonde Saibaba nasceu e aonde ele mora a maior parte do ano, que fica à duas horas dali, chamado Puttaparthi. É ali que existe o ashram de Swami (significa mestre e é assim que os devotos de Saibaba o chamam carinhosamente). O nome deste ashram, que é o maior de todos que ele tem, é Prashanti Nilayan, que significa morada da paz.

Viajei duas horas por uma estrada de pista única, com mão invertida como na Inglaterra, e de uma forma de dirigir totalmente diferente do ocidente, incrível!!! Meu motorista, que já tinha se tornado meu amigo e que era gentil e calmo, dirigia feito louco, buzinando, ultrapassando todos! As vezes eu me pegava tapando os olhos, porque era demais para mim… pensava, “eu sou uma louca de estar nesta estrada com este doido neste pais no meio do nada, sozinha!!!!!”

Mas depois resolvi relaxar e entregar nas mãos de Baba. Então observei que todos os carros, caminhões, e ônibus tinham uma plaquinha na traseira escrito em inglês: “Por favor, buzine.” Notei também que todos dirigiam igual ao sr. Charrete e que o fato de ser mão invertida me dava a impressão de colisão imediata a cada segundo. Então fiquei bem tranquila, aproveitei a viagem e o frio na barriga passou a ser diversão.
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