Whitefield

Whitefield,16 de janeiro de 2001.

“Meu aprendizado está sendo tão grande que mal posso me expressar, só agradecer à Baba e à India.”
Neza.

“Depois de servir café da manhã para uma montanha de pessoas, corri para a fila de espera para o Darsham, e peguei um lugar péssimo, lá atrás, última fila, fiquei lá fora e aceitei. Estou aprendendo a aceitar, a desapegar, a não querer controlar tudo do meu jeito. Fiquei ali esperando a minha vez sem nenhuma ansiedade, quieta!! meditei, li meu livro, e quando minha fila foi escolhida, aceitei. Nem podia ver Baba… de repente, vi que as pessoas começaram a se virar e um burburinho começou… quando abri meus olhos, lá estava Swami, na minha frente (eu era a primeira da fila de fora) Olhou para mim, fortemente, e eu senti seu olhar, seu amor incomensurável e mexeu com as mãos. (dizem que quando ele mexe com as mãos, ele está trabalhando nossos karmas) que alegria!!! Como é bom confiar! ”
Neza cesar.
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A Renúncia da Ação

Hoje estava assistindo a novela Caminho das Indias e achei muito legal o diálogo do Lima Duarte com o filho de criação. Ele falava sobre a ação e está no Bagavaghita, a escritura sagrada dos Vedas. Mesmo que numa situação importante de vida você prefira não fazer nada, se abster de qualquer ação, ainda assim, é uma ação; às vezes não fazer nada pode ser uma ação negativa.
“O Sadhana (disciplina espiritual) é essencial porque os efeitos do agir (karma) tem de ser removidos, mas somente pelo propio agir (karma), tanto quanto um espinho só é removido por outro espinho. Você não pode retirar um espinho usando uma faca, um martelo ou uma espada.
O mais delicioso prato se tornará intragável se uma simples gota de querosene nele cair. Um agir (karma) mau prejudica o Sadhana.”

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É melhor ser alegre que ser triste…

Quando estava trabalhando de seva no asharam, servindo o café da manhã, aprendi muitas lições, mas primeiro vocês precisam conhecer um pouco de mim, antes de Baba, para compreender melhor o que quero dizer com isto. Antigamente, ou seja, antes de Sai Baba… India… quando viajava pelo mundo, costumava tomar meu café da manhã no quarto, mesmo em ótimos hoteis como o Plaza Atenèe ou o George V em Paris, não suportava falar com ninguém, nem olhar para estranhos logo que acordava. Pela manhã eu era, na maioria das vezes, mal humorada… pobre de mim!!!!
Bom, voltando a nossa doce India, lá no asharam Brindavan, eu chegava na cozinha por volta das 4.30am e ajudava a arrumar o café da manhã. Por volta das 5.30am as pessoas começavam a chegar, então eu e mais tres ou quatro pessoas servíamos a mais de mil mulheres, sem parar. A Josephine, uma francesa que era a chefa desta area me colocou para servir um mimgau quente com uma concha que tenho que confessar, não era nada fácil, torcia para um dia ela me passar para sevir salada de frutas!!! Mas eu amei !!!! Servi com dignidade e alegria. Aprendi o que é ação abnegada, o que é amor ao próximo, amor universal e principalmente a paciência. Percebi que quando eu coloquei o avental e fiquei atrás do balcão servindo, muita gente era amorosa comigo, mas muitas outras me tratavam mal e nem olhavam para mim, como se eu fosse apenas uma serviçal qualquer. Ficava com pena destas pessoas, mas entendia que todos estavam lá em busca de si mesmo, que num lugar destes afloram todas as nossas negatividades para serem trabalhadas, então para mim, era um grande teste de paciência e de amor incondicional. Quando terminava de servir a todos, aí é que eu tomava o meu café e corria para o darsham.
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Aprendizado.

Hoje resolvi transcrever exatamente o que escrevi no meu diário de viagem:

Whitefield,India.

9 pm e já estou na cama para dormir.
Hoje o dia foi diferente, ótimo mas no final, depois do darsham encontrei uma mulher brasileira que nunca tinha visto. Ela falou coisas ruins de Swami, saí dali esquisita e pensava… deixa para lá isto é ridículo, mas no fundo da minha alma aquilo me incomodava. Por que? Que absurdo. Vim para o quarto, fiquei quieta, tomei um banho e encontrei minhas queridas Claudia, Rose e Francine. Tivemos um encontro no jantar,otimo e falamos sobre o incidente. Rimos e apareceu um cachorro vira lata que que dava a patinha para todas nós… saí de lá leve e contente.
Agora vem a resposta, de como Sai Baba prova sua onipresença: Abri a Sadhana pensando no dia de hoje e veio a pag. 84 que fala sobre o incidente que me deixara triste. Vou transcrever uma parte:
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SADHANA: O Caminho Interior

Resolvi que iria trabalhar de seva (devotos que dão serviço por amor a Swami, no asharam) na cozinha. Fui lá na e me ofereci para servir o café da manhã e lavar os pratos, ou o que fosse no almoço. Queria aproveitar o máximo a minha estada no asharam, com muita meditação, trabalho de seva, leitura, contemplação. Queria estar só, falar pouco, ficar em silencio para aproveitar aquela energia divina de Sai Baba que estava me sendo oferecida como um presente.
E foi exatamente o que fiz.

Tinham as brasileiras, devotas de Sai Baba, com quem me afeiçoei mais e gostava bastante, especialmente a Francine, a Claudia e uma senhora mais velha, mas com energia de teenager, do Rio de Janeiro chamada Rose. E lógico a minha amada Ilma. Conheci lá outra pessoa com quem fiquei amiga, a Leila, um doce de pessoa. Me encontrava com elas para um papo, as vezes para um jantar, mas o que eu gostava mesmo era de ficar só.
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Almoço indiano em Sampa e uma carta na Índia.

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Ando tão inspirada e com tanta saudades da India desde que comecei a escrever o blog, que fiz este almoço em minha casa para conhecer o namorado de minha filha Manuela, e tambem para fotos que serão publicadas futuramente numa revista de decoração. Resolvi compartilhar com vocês estas fotos de “backstage” que meu marido Sérgio, que é fotografo, fez. Espero que gostem. A comida (do restaurante Curry, que tambem faz delivery e fica no Real Parque, Rua Barão de Melgaço, 636) estava deliciosa! Recomendo!!!!
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Transformando tudo em poesia

Ufa! Chegamos em Whitefield, finalmente, mas isto não quer dizer que agora posso descansar. Nada disto, chegamos lá, nós e todas as outras 5000 pessoas que vieram, como nós, em busca da presença de Sai Baba. Começamos a procurar hotel, ou uma casa, ou pousada para ficar pois não teria lugar no ashram, sendo este bem menor que o de Puttaparthi. Todos se acomodaram e só faltava um lugar para mim. Resolvi mesmo que gostaria de ficar sózinha, por isso achei melhor ficar por último. Encontrei um pequeno hotel que acabara de ser construido. Meu quarto ficava na entrada, literalmente na varanda de entrada, a porta dele ficava em frente ao altar. Era um quarto simples, limpo e singelo, com banheiro e chuveiro repleto de água quente, o que é raro.

Quando fechei a porta, coloquei as malas no chão, tomei um belo banho e me deitei para dormir percebi que minha janela estava em frente a rua. Nesta rua, do outro lado, passava o trem, que insistia naquele apito a cada momento, fiquei muito brava… olhei para aquele quarto minúsculo e pensei, “Eu decididamente estou ficando louca!!!! O que é que eu estou fazendo aqui????” e tive uma catarse de tanto chorar.
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Chegada a Prashanti Nilayan

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Chegamos a Puttaparthi e fomos direto para o escritório da agência de turismo que me atendia na India. Aliás, fui super bem atendida em todas as viagens que fiz. Uma boa dica, uma agência chamada Travel Point, o nome do dono é Syed Muzammil, e o escritório principal fica em Bangalore, mas eles tambem tem uma filial em Puttaparthi.

Era tanta novidade, tanta fartura visual e sensorial que eu me sentia flutuando…. absorta em minhas emoções, quando fui acordada de meus devaneios com a notícia que Saibaba estava deixando Puttaparthi naquele momento, direto para seu outro ashram chamado Brindavan em Whitefield, que fica à 10 minutos de ….pasmem!!!!!Bangalore.
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Viagem de encontro ao meu amado mestre

Passei dois dias em Bangalore e havia chegado o dia da minha partida para o vilarejo aonde Saibaba nasceu e aonde ele mora a maior parte do ano, que fica à duas horas dali, chamado Puttaparthi. É ali que existe o ashram de Swami (significa mestre e é assim que os devotos de Saibaba o chamam carinhosamente). O nome deste ashram, que é o maior de todos que ele tem, é Prashanti Nilayan, que significa morada da paz.

Viajei duas horas por uma estrada de pista única, com mão invertida como na Inglaterra, e de uma forma de dirigir totalmente diferente do ocidente, incrível!!! Meu motorista, que já tinha se tornado meu amigo e que era gentil e calmo, dirigia feito louco, buzinando, ultrapassando todos! As vezes eu me pegava tapando os olhos, porque era demais para mim… pensava, “eu sou uma louca de estar nesta estrada com este doido neste pais no meio do nada, sozinha!!!!!”

Mas depois resolvi relaxar e entregar nas mãos de Baba. Então observei que todos os carros, caminhões, e ônibus tinham uma plaquinha na traseira escrito em inglês: “Por favor, buzine.” Notei também que todos dirigiam igual ao sr. Charrete e que o fato de ser mão invertida me dava a impressão de colisão imediata a cada segundo. Então fiquei bem tranquila, aproveitei a viagem e o frio na barriga passou a ser diversão.
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Uma carta e uma descoberta

Achei uma carta que escrevi para mim mesmo… aliás adoro fazer isto!

A escrevi em Bangalore, no meu segundo dia de India, após o dia todo na rua. Tinha acabado de voltar para o hotel. Resolvi mostrá-la para vocês!

“Estar aqui na India, chegando cada vez mais perto de meu avatar Saibaba, me faz sentir uma sensação de felicidade e bem estar por nada. No ar tem um cheiro estranho que as vezes é maravilhoso e as vezes apenas estranho. Saio e entro nos templos, recebo bençãos de nem sei mais quem, mas a verdade é que me sinto bem. Por nada… Estou só, isto é uma pena, gostaria de dividir isto com um amor, com meus filhos. Mas mesmo só, não me sinto triste.

ESTOU FELIZ!!!!”

Neza Cesar.

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